“Vim Vinho, voltei uva! O básico de um prazer avançado.” é um enoblog com o intuito de trocar os conceitos mais elementares acerca do mundo do vinho. Não existe a pretensão de ser melhor ou pior, aqui busca-se a diferença na maneira de apresentar os temas, vinhos e outras possibilidades. Seja bem vindo e salve a uva!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

E as regras da vida

E as regras da vida?
 Alguém, algum dia, em algum lugar criou um a série de dicas com a finalidade de auxiliar a outros que chegavam. O nobre intuito era que não houvesse perda de tempo e até desgostos.
O fato desse cidadão criar esse guia n...unca impediu que outros buscassem novas fórmulas, novos meios, tivessem novas visões.
Porém... Um outro cidadão, ao ver aquele guia encantou-se e começou a divulga-lo. O único senão é que o fez com o discurso de que aquele não era um guia e sim as regras bases para isso e aquilo. Intransigentemente apaixonado por seu mentor e guia, ele não aceitava inovações, argumentações e alterações.
Ele não experimentava! E como seu discurso era muito bem elaborado, outros não tinham coragem de ousar, buscar novas fórmulas e ir além.
E assim, também, é um pouco com a vida.
Alguém chegou com algo que seria apenas uma base, o apresentou como regra absoluta e... fez de tudo para que ninguém fosse além do que estava ali.
Resultado: O mundo tem, cada vez mais, seguido um monte de guias que parecem regras e esquecem que ser feliz é estar bem.
Não importa se o outro ficou feliz por fazer assim ou assado. O que deve importar é que, para ser feliz, você terá, algumas vezes, que criar o seu próprio guia, seguir caminhos diferentes e ousar.
Hoje é sexta-feira, gente! Que tal respirar fundo, pegar um vinho diferente, agir diferente e quebrar algumas, supostas, regras? Que tal ir além de si mesmo e começar a criar o próprio guia?

Cheers do seu amigo Vim Vinho!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

E agora José?

Hoje mais que ontem o vinho tem ganho espaço, status e preferência à mesa do brasileiro.
Vinho, definitivamente, está na moda. Há restaurantes com cartas que superam a marca de 200 rotulos.
Os cursos tanto de introdução, degustação quanto de profissionalização proliferam cada vez mais.
Isso é bom para todos. Importadoras, adegas, restaurantes e consumidores, porém a divulgação em massa esbarra em um ponto intrigante: A pessoa que me indica um vinho sabe, realmente, o que faz?

Digo isso porque a cada nova busca por harmonização vejo profissionais cometerem erros básicos e, o mais interessante, é que o fazem com mostras de segurança - e até um pouco de arrogancia.

E agora, José o que fazer para saber se o vinho indicado é o correto ou não?
Antes é preciso entender que paladar é quase único e que a harmonização segue padrões gerais e atenta ao comportamento da maioria, logo, se o seu paladar foge do comum, por favor, busque entendê-lo para criar o seu próprio leque de harmonização.
Saiba que o princípio da harmonização é complementar sabores de uma forma que ambos (vinho e comida) equilibrem no seu paladar.
Uma recomendação é, antes de seguir para o restaurante, fazer uma breve pesquisa acerca da comida e dos vinhos disponíveis.
Nunca esquecendo que itens como medicamento, cigarro e até humor interferem diretamente no degustar do vinho.

Tá, mas como saber que o vinho indicado é o correto?
Se você não pesquisou, não haverá como saber, porém se o seu paladar segue o da maioria, se está tudo em ordem com você e se... ao ingerir comida e vinho um complementa o outro é claro sinal de que está tudo certo. Se o seu paladar gritar que há algo errado sugiro fazer o que faço: Deixe aquele vinho de lado (leve-o para casa e consuma-o em outro momento) e peça outro. Funciona.

Boa degustação.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Vinho mancha os dentes? Como evitar?

Pois é, os corantes do vinho são fortes inimigos contra a dentição, mas não é nenhum "bicho de sete cabeças" remediar e até se livrar completamente das manchas causadas pelo vinho.
Vamos as soluções?

Água fria: Logo após a ingestão de vinho, faça bochecho com água. Isso removerá os recíduos que virarão manchas e facilitará seu trabalho futuro.

Água morna: Melhor que a fria, a água morna tem maior poder de limpeza.
Escovação: Melhor que a água, a escovação, de preferência com uma pasta clareadora, oferece uma remoção de praticamente todo o resíduo do vinho.

Waterpic: Esse aparelhinho é fantástico e auxilía o degustador de vinhos de uma maneira sem igual. Custando entre R$350 e R$1.000,00 vale o investimento, pois seu jato é poderoso e realmente limpa bem, até entre os dentes.

Bicarbonato de sódio: Esse pozinho faz milagres.

Peróxido de Hidrogênio: Também conhecido como Água Oxigenada é muito eficaz no clareamento caseiro de dentes. Se for combinada com o Bicarbonato fica mais poderosa ainda.

Clareamento Dental: Hoje já existem clareamentos eficazes e com vários valores disponíveis.

Placa protetora: Incômoda, mas é uma solução. O dentista pode fazer uma placa em silicone transparente que protegerá os seus dentes durante a degustação. Converse com ele.

É sempre bom lembrar: Consulte seu dentista para saber com qual periodicidade você pode, deve, usar cada um desses métodos.
Creme dental com princípios ativos para clareamento, bicarbonato e água oxigenada são químicas que podem remover o esmalte dos seus dentes deixando-os mais porosos e, com isso, mais expostos, sensíveis a dores e a resíduos.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Como degustar um vinho?

Como degustar um vinho?
A degustação de vinhos é o prazeroso ato que busca, ao mesmo tempo que aprecia, decodificar o maior número possível de sensações que o néctar for capaz de despertar em você.
Tema interessante que pode reunir desde famílias a amigos e até possibilitar novas amizades.
O ideal é sempre buscar o prazer do ato e não a severidade que alguns propõe, por isso relaxe nesse prazer e vem comigo. Vou tentar ajudar da maneira mais simples e direta quanto for possível.

Tipos de degustação:
Temática: É a mais comum de todas. Escolhe-se um tema que pode ser região, uva ou safra, ainda é comum a combinação de alguns deles.
Às cegas: Acontece quando os participantes não sabem qual vinho (ou safra, ou região, ou, ou, ou) está sendo servido.
Degusta-se anotando o que achou no vinho e, em alguns casos, dando notas a ele. Ao final o vinho com melhores comentários ou maior pontuação é apresentado como o vinho da noite.
Vertical: É feita com o mesmo vinho (uva e rotulo) de safras diferentes. O objetivo é reconhecer as diferenças entre safras.
Horizontal: Consiste em provar vinhos de uma mesma safra, região, porém de produtores diferentes.

Geralmente as degustações mais técnicas são feitas sem nenhum acompanhamento de alimentos e ainda descartam os vinhos antes de sua ingestão (são despachados em cuspideiras).
Nesse caso os degustadores usam água, pão e/ou queijo para cortar o sabor de um vinho anterior e passar para o próximo.

Sistemas de degustação:
Técnica: Busca-se algo mais técnico e preciso em cada vinho. As avaliações seguem um critério e os envolvidos tem "missões" específicas.
Confraria: Um grupo de pessoas se une e periodicamente fazem degustações. Técnicas ou temáticas, essas degustações tem a grande vantagem de cada um levar o seu vinho ou fazerem a compra de todos os vinhos em conjunto.
Harmonizada: Uma coisa muito legal que tem acontecido mais, e é uma ótima oportunidade para unir dois prazeres, é a degustação harmonizada. Importadores fazem parcerias com restaurantes e ao mesmo tempo que apresentam seus vinhos, oferecem pratos que harmonizam com eles.
Os preços são ótimos, a possibilidade de aprendizado infinita e a vantagem de receber tudo, literalmente, mastigado *sorriso*.

Notas de degustação:
Por padrão as vinícolas (ou as importadoras) oferecem "notas de degustação" no contra rôtulo das garrafas. Essas notas indicam o que pode ser encontrado naquele vinho e é muito importante que, até você conhecer as uvas, combinações entre uvas e suas características, exercite procurar o que é dito.
Sempre lembrando que, salvo o varietal, vinho é feito com um combinado de uvas e, por conta da quantidade, nem todas são relacionadas no rôtulo.


Como exercitar seu nariz:
A memória olfativa é fundamental para uma boa degustação. Inicialmente você encontrará aromas relacionados à sua vivência, mas é possível treinar o nariz para que essa vivência seja associada diretamente as propriedades do vinho. Entenda que não adianta você achar o aroma de sola de sapatos quando no meio esse mesmo aroma é reconhecido e nominado como terroir (só para citar algo e não dizendo que é essa a relação de nomes).
Roda de aromas: Nascida inicialemtne nos EUA a roda de amoras é apresentada através de um gráfico onde são feitas as principais associações das uvas e seus aromas.
Juntamente com o gráfico é possível adquirir uma caixa com vários aromas. São pequenos frascos com aromas definidos no qual você exercita seu nariz, mente e sistema interno de processamento para a junção de ambos. No Brasil já há fabricantes e não é difícil achá-los na internet ou mesmo em lojas físicas das grandes capitais.
Aromas do dia a dia: Cheirar, no dia a dia, é um exercício que pode ajudar bastante sem gastar com acessórios que você pode entender como caro.
Não tenha vergonha de cheirar a pimenta relatada no rôtulo do vinho ou mesmo a flor que o enólogo afirma estar lá. Cheire-a sem estar no vinho e depois busque achá-la em sua degustação.
Vinhos elaborados trazem um bouquet mais presente, marcante e fácil de encontrar. Experimente ousar um pouco mais e adquirir um vinho reconhecidamente superior.

Talvez seja interessante saber que essas características não são colocadas diretamente no vinho. Elas vêem da terra, da combinação de uvas, de plantas (como flores) que estão próximas a plantação e do processo vitivinicultor (post em breve).

Como preparar uma degustação:
Informações gerais sobre o vinho: O vinho a ser degustado precisa ter informações como vinícola, país, região, uva, processo viticultor, safra e particularidades. Com uma rápida passada no site da vinícola ou do importador é possível ter os dados já em disposição prática e de fácil leitura.
Notas de degustação: No mesmo site (ou no rôtulo do vinho) estarão disponibilizadas as notas de degustação. Nela será possível saber qual a proposta do vinho acerca de textura, aroma, paladar e cor.
Taças: Tão importante quanto o vinho é a taça a ser utilizada (em breve post sobre o tema). A taça é fabricada com desenho e design que facilitam obter o melhor do vinho.
Uma observação relevante é nunca usar taças coloridas para degustação de vinhos. Para uma melhor observância de cor é fundamental que a taça seja transparente (preferência para cristal).
Acessórios: Esteja atento e prepare todos os acessórios que precisará usar. Cortador, saca-rolhas, decanter, apoiadores, guardanapo só para citar alguns. Aqui falo sobre a importância dos acessórios: http://vimvinho.blogspot.com.br/2012/05/acessorios-preciosismo-ou-necessidade.html
Temperatura: A temperatura ideal possibilita uma degustação muito mais próxima ao que o produtor deseja. As características serão mais precisas e o prazer, seguramente, será maior.
Nesse post disponibilizo a temperatura ideal para cada tipo de vinho: http://vimvinho.blogspot.com.br/2012/05/temperatura-de-servico-cada-vinho-tem.html
Ambientação: Uma degustação exige mais que o vinho. Preparar o ambiente para atender a proposta do tipo de degustação é fundamental. Itens como iluminação, conforto e acessórios devem ser considerados a bem do sucesso daquele evento.
Ordem de degustação: Siga, sempre, do menos encorpado para o mais encorpado.
Tempo de decantação: Respeite sempre o tempo de decantação de cada vinho ou, quando o vinho aceitar, use um aerador http://vimvinho.blogspot.com.br/2012/05/aerador-de-vinho-funciona.html.
Acerca do decanter considero ser importante três dicas: 1. Nem todo vinho precisa passar pelo decanter. Em degustações técnicas ele nem chega a ser usado. 2. Muito cuidado com a gota que cai após o serviço. Ela é famosa por estragar gravatas de $200, golas de camisas e vestidos caros. 3. Use água para treinar o uso do serviço com o decanter.
Acompanhamento: Algumas degustações exigem algo que corte o sabor do vinho (geralmente pão e queijo) para que o próximo seja degustado e em outras é comum preparar a comida em função do vinho.


O que observar em uma degustação:
Safra: Cada tipo de vinho, cada uva e cada combinação oferta uma sensação diferente, portanto, sempre observe a safra, uvas e combinações de um vinho antes de degustá-lo. Um vinho jovem apresenta reações (no olhar, na boca e nariz) diferentes de um vinho maduro.
Visual: A cor diz muito sobre o vinho e cada grupo tem a sua. Ao final deixo um box com as cores buscadas em alguns tipos de vinho.
Nariz: Aromas como frutas, café, chocolate, madeira, baunilha, couro, mel e flores são comuns e fácies de serem percebidos em um vinho. Os mais elaborados ainda apresentam três níveis de aromas (post sobre o assunto em breve).
Boca: Nem sempre a boca traz as mesmas variações do nariz, mas é comum os aromas confirmarem-se no paladar.


Como degustar:
1º Preparação do vinho: Acreditando que o vinho ficou tempo suficiente em decanter, está na temperatura ideal e todas as taças disponíveis chegou a hora de servir ou "hora do serviço". Com gestos elegantes, sirva o vinho em 1/3 da taça.
2º Aeração na taça: O vinho precisa ser aerado na taça para liberar suas propriedades, adequar temperatura taça/vinho e homogeinizar. Você pode, ou não, apoiar a taça na mesa e girá-la no sentido horário. Alguns preferem fazê-lo com velocidade de liquidificador, outros são mais elegantes e dão alguns poucos giros. Algo que seja suficiente para atender a necessidade de aerar o vinho e deixá-lo pronto.
4º Análise visual: Use a mesa ou guardanapo para fazer fundo na taça e, inclinando-a, confira o visual do vinho. Cor, textura e se o halo está aquoso ou não. Escreverei sobre isso, mas basicamente o halo indica a idade do vinho. Nos mais jovens ele é pequeno ou inexistente e nos mais maduros chega a uns meio centímetros aproximadamente.
5º Análise Olfativa: Por convenção, aera-se mais uma vez a taça antes de inicar a análise olfativa. "No nariz", como dizem, buscam-se as propriedades que estão na nota de degustação e as suas próprias percepções. Não é deselegante colocar o nariz dentro da taça ou usar uma narina por vez.
6º Entrada de boca: Coloque uma pequena quantidade de vinho na boca e faça-o passear por ela. Na lateral teremos a acidez, o ideal é que ela seja agradável e estar longe de parecer azedume. Se houver salivação não esquente, esse é um reflexo da acidez. Na frente da boca virá o tanino. Algo parecido com a cica do caju e que te travará os lábios nos dentes. Tudo fica seco. É o tempo dessa sensação (quão maior melhor) que classifica o vinho como robusto/másculo e complexo.
7º Aeração na boca: Deixe o vinho descansar na base da boca, sobre a língua e puxe ar, criando um canal que vá até o final da boca. Essa aeração na boca liberará mais algumas propriedades e, com ela poderemos identificar a persistência do vinho.
8º Intensidade e Persistência: Intensidade é como o vinho "pesa" na sua boca e a persistência é o tempo que ele ainda é percebido por você.
9º Ao engolir: É na hora de engolir que vimos o cruzamento de nariz e boca. Se houver a confirmação de alguns itens achados no nariz, poderemos dizer que o vinho está tecnicamente perfeito.
Após esses passos pergunte a você mesmo se houve intensidade, qualidade, equilíbrio e persistência do vinho em questão.
Se a resposta for sim, pontue e reconheça-se em condições de degustar um vinho.


Variações de cor em um vinho
Tintos Jovens: De violeta pálido a um rubi intenso.
Tintos Maduros: De rubi pálido com reflexos alaranjados a um marrom tijolo/ambar.
Brancos Jovens: Amarelo palha com reflexos esverdeados ou com reflexos dourados.
Brancos Maduros: De leve a intensamente dourado.
Rosés Jovens: Variações de rosa. Do claro ao escuro.
Rosés Maduros: De rosa escuro, com reflexos de dourados, a ambar.

Esse artigo ficará em aberto e conforme eu for escrevendo outros posts concordantes volto para ampliar, disponibilizar links e melhorar alguns pontos.

Bons vinhos!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Aerador de vinho - Funciona?

Aerador de vinho - Funciona?
Cada vez mais enólogos, sommeliers, enófilos e outros mais do mundo do vinho vão cedendo aos encantos desse acessório que tem feito a diferença na hora de provar um vinho.
Após adquiri-lo - e testar - chego a conclusão que todos deveriam ter um à disposição na hora de beber seu vinho, ao contrário do que se pode pensar, ele é para todos e não para poucos.

Sem o aerador instantâneo de vinhos é preciso esperar até horas para que o vinho acorde, recupere e libere suas propriedades. Qualidades como aroma, sabor, textura, cor só sugem após a oxigenação do vinho porque quando ele é engarrafado e arrolhado essas características ficam, digamos, adormecidas.
Até o surgimento do aerador essa função era exercida com o uso do decanter, um outro acessório importante para quem aprecia vinhos.

O funcionamento do aerador de vinhos é simples e segue o "Princípio de Bernoulli (matemático holandês 1700-1782 que aprensentou o princípio na obra Hidrodinâmica em 1738)": Um líquido, ao passar por uma tubulação com uma seção de diâmetro menor, diminui a pressão e aumenta a sua velocidade e junto a um tubo fino é capaz de atrair um fluxo de ar que permite a oxigenação imediata desse líquido. Aqui o vinho.
É preciso saber que o aerador melhora significativamente o aroma, mas não muda/abre tanto o sabor dos vinhos.
Um outro ponto é que ele funciona maravilhosamente com vinhos mais jovens e é preciso evitá-lo com vinhos mais maduros, pois a oxigenação do aerador pode desestruturar um vinho mais elaborado e que requer, de fato, uma aeração mais natural, gradativa e "nada agressiva".

Os preços variam bastante. O mais barato que encontrei custava R$35,00 e o mais caro R$500,00, sendo a média comum R$100,00/R$150,00.
Acredite: O custo benefício compensa (muito).

Alguns links que facilitarão sua busca:

http://www.decantus.com.br/
http://www.winefiner.com.br/
http://lista.mercadolivre.com.br/aerador-de-vinho

Bons vinhos!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Melhor temperatura para servir vinho


Temperatura de serviço - Cada Vinho Tem a Sua.
Particularmente entendo que beber e degustar são atos completamente diferentes quando o tema em voga é vinho.
Por beber concebo a ideia de ingerir um vinho sem muita (ou mesmo nenhuma) preocupação com o que ele pode oferecer.
Não me importo em extrair o melhor dele, apenas quero bebê-lo. Ele harmonizando com a companhia e com a comida será um bom coadjuvante para aquele momento e isso me bastará!
Agora, quando o assunto é degustação o que busco é o melhor daquele vinho. Quero poesia! Quero, em um único e minúsculo gole, visitar o terroir onde a uva foi cultivada. Quero sentir a brisa que acaricia as parreiras e quero ouvir o som do mar que emprestou um bouquet único àquela safra.
Para tanto é fundamental atentar a um conjunto de itens que colaborarão para esse feito sem igual que é fazer poesia em uma taça de vinho. C'est la vie, chérie!
Como consigo isso? Qual conjunto é esse?
Ele está nos rituais e cuidados com a temperatura ideal do vinho, tipo adéquo de taça, uma ambientação que facilite o aguçar de meus sentidos, um horário que eu esteja disposto, disponível e à disposição para aquela degustação e harmonização tanto com a companhia quanto com a comida. Isso é degustar vinho, senhores.

Cada item citado acima merece - e terá! - um enfoque especialmente criado para ele. Hoje verso sobre a temperatura de serviço ou temperatura ideal para degustar um vinho.
E por que temperatura ideal?
O desenvolvimento do vinho foi pensado para uma temperatura ideal e consumi-lo nela é a melhor maneira de extrair o melhor dele.
Vamos a elas?

*imitando o texto de bordo da Azul Linhas Aéreas Brasileiras*
"- Você já sabe, mas não custa lembrar:" Um vinho nunca deve ser resfriado em freezer. Ocasionalmente pode passar na parte mais fraca da geladeira e o ideal é usar balde de gelo, pois o resfriamento é mais lento, brando e harmonioso não agredindo, assim, o vinho e suas moléculas.

Champagne e Espumante
Serviço ideal
Não sabe que tipo de Champagne ou espumante é? 07º a 08º
Brut: 6º a 12º
Demi-sec e Doce: 04º a 08º
Por que? Essa é a melhor temperatura para "abrir suas propriedades".
Tempo de resfriamento pré-serviço: 30 minutos (aproximadamente)
Após servir, retorne-a ao gelo.

Vinho Branco

Serviço ideal
Não sabe que tipo de branco é? 10º a 12º

Secos, envelhecidos e encorpados: 12º a 14º
Secos, jovens e leves: 06º a 12º
Suaves e doces: 04º a 06º
Por que? A essa temperatura seus aromas "aparecem mais e melhor"
Tempo de resfriamento pré-serviço: 20 minutos (aproximadamente)
Após servir, atente à temperatura e, havendo necessidade, retorne-o ao balde

Vinho Rosé

Serviço ideal: 09º a 12º
Por que? A essa temperatura seus aromas "aparecem mais e melhor"
Tempo de resfriamento pré-serviço: 20 minutos (aproximadamente)
Após servir, atente à temperatura e, havendo necessidade, retorne-o ao balde

Vinho Tinto
Serviço ideal
Não sabe que tipo de tinto é? 17º a 18º
Envelhecidos e encorpados: 16º a 18º
Não envelhecidos, porém encorpados: 14º a 16º
Jovens e pouco encorpados: 12º a 14º
Beujolais 'Primeur' ou 'Nouveau": 10º a 12º
Por que? Devido o nosso clima tropical é preciso, diferentemente de países mais frios, baixar a temperatura do tinto para ter o melhor de seus sabores, aromas e elaborações.
Tempo de resfriamento pré-serviço: 10 minutos (aproximadamente)
Após servir, atente à temperatura e, havendo necessidade, retorne-o ao balde

Vinhos Fortificados
Vinho do Porto: 10º a 18º
Jerez: 08º a 14º
Madeira: 12º a 14º
Por que? A essa temperatura suas texturas e aromas "aparecem mais e melhor"
Tempo de resfriamento pré-serviço: 20 minutos (aproximadamente)
Após servir, atente à temperatura e, havendo necessidade, retorne-o ao balde


E o que acontece se eu errar na temperatura?
Acima do recomendado: Acelerará a vaporização do álcool. O vinho fica alcólico e agressivo ao olfato.
Abaixo do recomendado: Os aromas adormecem e fica extremamente difícil achar as propriedades ditas nas notas de degustação do vinho.


Agora que você já sabe a temperatura ideal para cada tipo de vinho, aqueça sua alma, disponibilize-se na melhor temperatura para embarcar nessa viagem sem igual. Saúde!

E não esqueça: Freezer - ainda que seja uma Brastemp - nem pensar!

sábado, 12 de maio de 2012

Por que brindamos?

Por que brindamos?
Ao pesquisar não achei nenhuma fonte confiável, mas apresento as três possíveis explicações:

1. Na Idade Antiga o brinde surgiu para celebrar um acontecimento, evento ou acordo. Como as intrigas e traições eram frequentes e o envenenamento o meio mais fácil para anular o adversário, prevenção, através da segurança e procedimentos padronizados (daí alguns rituais), passou a ser o ponto mais importante nas interações entre as pessoas alvo.
Inicialmente a saída foi servir à todos "abrindo a garrafa" à mesa e servindo a todos do mesmo líquido, mas isso ficou inviável e passaram a bater fortemente os copos com o intuito de passar a sua bebida para o copo do outro. Inibindo, com isso, qualquer tentativa de assassinato por envenenamento.

2. Nessa mesma antiguidade era comum brindar para celebrar à saúde das pessoas. Chegava-se a brindar por cada pessoa presente. É sabido que os romanos bebiam uma taça de vinho para cada letra do nome da esposa de cada um. Exagero? *sorriso* Queria estar lá.

3. (a que mais gosto) A bebida tem a capacidade de aguçar quatro dos cinco sentidos humanos. O tato (ao pegar a taça), a visão (ao apreciar o vinho), o paladar (ao degustar) e o olfato (ao buscar o bouquet). Para completar  todos os sentidos faltava apenas a audição. Segundo consta, Baco - Deus do vinho - criou o bater de taças para completar o ciclo de sentidos. Romântico, não?

Se é assim, por que, então falamos (em português do Brasil) Tim tim (quem em japonês significa Órgão Sexual Masculino) junto com a batida das taças?
Duas versões:
1. Com a criação de taças mais delicadas, convencionou-se a apenas simular a batida e fazer o som com a boca.
2. Alguns proferiam o som com o intuito de reforçar votos e a celebração do momento.

Quer mais? Saiba como brindar em outros idiomas:


Salud: en castellano
Italiano: Salute o chin chin

Alemán: prosit (pro-zit) o prost

Catalán: salut!
Checo: přípitek

Chino (uno de los lenguajes para brindar): ganbei 干杯
Euskera: Osasuna

Francés: Santé!

Ingles: cheers

Japonés kampai

Latín: salutem!

Portugués: á vossa!

Esperanto: je via sano

Hebreo brindis: Lechaym (Lechaim) (le-chaim)

Islandés: skál!

Polaco: na zdrowie traducción literal: a (nuestra) salud

Romano: Noroc!

Ruso brindis: Na zdorovje (pronunciado algo como nazdarobia) (traducción literal: ‘por salud’) (se usa solo en lagunas regiones de Rusia)

Euskera: Osasuna

Saúde!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Acessórios para vinho - Preciosismo ou necessidade?

Acessórios para vinho - Preciosismo ou necessidade?
Pois é, num primeiro momento pode parecer preciosismo usar acessórios em degustações, mas... Se nos permitirmos olhar racionalmente veremos que alguns acessórios podem facilitar a vida do degustador e aumentar sua probabilidade de conseguir extrair o melhor daquele vinho tão comentado, difícil de encontrar ou mesmo reconhecido como tão caro.

Imagine que quem recomendou o vinho conseguiu tirar 100% dele, imagine que você pagou o que entendeu como “uma boa grana” ou “pequena fortuna” pensando em ter 100% do vinho e, na hora da degustação recebeu apenas 60% ou mesmo não chegou nem perto do que o seu amigo falou. Sem contar que muitas vezes você teve que mover esforços para conseguir aquele vinho difícil e só consegue uma garrafa. Nessa hora é preciso cercar-se de todos os cuidados para que não haja uma frustração na relação recomendação/preço/esforço para conseguir o vinho e resultados da degustação.

Assim, acessórios como abridor de pinça paralela, corta gotas, aerador e decanter associados à taça ideal, temperatura, algumas vezes boa companhia e, claro, uma cuidadosa ambientação aumentarão a probabilidade de extrair o melhor daquele, desejado, vinho.

Por isso, deixe que critiquem o seu preciosismo e lembre-se:
1. Melhor prevenir que remediar.
2. Vai fazer? Está disposto? Então faz bem feito. Faz direito!

Tin-tin! Cheers! Santé!
Vim vinho, voltei uva!

E lá vamos nós!

E lá vamos nós!
Todo novo projeto nasce na ideia, passa ao papel e vai à realização.
São três passos aparentemente simples, mas que exigem muito mais que vontade. O poder de administração, a perseverança e a persistência farão com que o projeto siga para o mundo ou siga para a gaveta.

O Vim Vinho nasceu de uma ideia, ficou - qual vinho - amadurecendo no barril da mente e suas muitas conjecturas e finalmente, ao invés de ir para o papel vem para a tela do seu computador.

Não há nenhuma novidade no objetivo, falar sobre vinho. O que busco é falar do meu jeito, à minha maneira e forma. Versar sobre assuntos que considero interessantes e até colocar horas um pitada de lirismo, horas uma pitada de humor.
Não que isso já não exista, repito que o farei à minha maneira. E espero que gostem.

A periodicidade ainda está em aberto, mas penso em fazê-lo com o mínimo de uma semana e o máximo de 15 dias. Vamos ver?

Uvas, safras, etiqueta do vinho, eventos, acessórios e histórias serão alguns dos temas.

O nome Vim Vinho juntamente com o slogan "Vim vinho, voltei uva" se deva ao fato de, como a maioria, eu ter começado apreciando vinho e tendo, gradativamente, a necessidade de mais. Assim eu cheguei vinho, mas hoje sou muito mais uva.

Seja bem vindo!

Vim vinho, voltei uva!